27 março 2007

APOIE A CPI DO APAGÃO AÉREO

Vamos pressionar o Congresso para que vote a favor da abertura da
CPI do Apagão Aéreo.
A coleta de assinaturas a favor da CPI acontecerá de

05 a 08 de Abril
em vários Aeroportos do Brasil.
Compareça, faça sua parte!

Uma campanha da ABRAPAVAA – Associação Brasileira dos Parentes e Amigos das Vítimas de Acidentes Aéreos.
Apoio: Jorge Tadeu

10 março 2007

A VISITA DE BUSH AO BRASIL

Vou tocar num ponto que me chamou atenção na visita do presidente dos EUA ao Brasil. Ao invés de a reunião com Lula ter sido marcada em Brasília, ambos deslocaram-se para São Paulo.

Ora, a Capital Federal é a cidade apropriada para receber chefes de estado, lá está o Palácio do Planalto, estão os Ministérios, os outros dois poderes e a cidade já tem em seus órgãos de segurança a logística e o treinamento para a operação de acompanhamento e segurança dos visitantes.

Os transtornos causados para a cidade de São Paulo foram absurdos. Toda a rotina da capital foi alterada por conta de uma estadia de 24 horas. O custo disso não será divulgado com certeza.
Leia algumas matérias sobre o assunto:

Visita de Bush ao Brasil restringe espaço aéreo
Passagem de Bush por SP muda rotina da cidade
Motoristas enfrentam lentidão na marginal Tietê em São Paulo
Visita de Bush deve agravar trânsito; passeata ocorre na Paulista
Prefeitura de São Paulo maquia ruas e avenidas da cidade para Bush passar

O CASO JOÃO HÉLIO E A MÍDIA

O brutal assassinato do menino João Hélio Fernandes Vieites mostrou mais uma vez a maneira ambígua como a mídia trata as vítimas e algozes nestes casos. Sempre sensacionalista, superficial e tendenciosa (cada uma quer impor seu ponto de vista: penas mais duras, revisão da maioridade penal, culpar a sociedade, etc.), a mídia corre desesperadamente em busca de atrair simpatia para "soluções mirabolantes" sem levar a fundo esse debate. A cada novo caso, cria-se nova comoção e logo em seguida a tragédia some do noticiário.

Interessante lembrar que casos como o da morte do menino Renan Ribeiro não teve tratamento semelhante. Renan, que tinha 3 anos e morava na Favela da Maré, levou um tiro de fuzil na barriga no dia 1º de outubro do ano passado. Para quem não sabe o estrago causado por um tiro de fuzil no corpo humano é de 50 vezes o diâmetro do projétil. No dia seguinte, a mídia aceitou a versão policial e jogou a conta nessa entidade chamada "bala perdida", embora houvesse pelo menos uma centena de testemunhas garantindo que o tiro viera de um policial [veja aqui matéria sobre o caso]. Nenhum jornalista visitou o quarto de Renan ou procurou ouvir seus parentes e amigos; ninguém descreveu seu dia-a-dia ou detalhou se gostava de brincar de bola ou de carrinho, como fizeram com João Hélio.

Outra comparação pode ser feita a partir do caso Pimenta Neves. O jornalista, ex-diretor de Redação do Estado de S.Paulo, foi preso por matar a namorada pelas costas. É réu confesso. E nem por isso ele foi agredido fisicamente pelos profissionais da mídia grande que atacaram, no dia 13 de fevereiro, os acusados de terem matado João Hélio.

Impõem-se soluções viáveis para prazo curtíssimo. De discursos vazios estamos cansados. A sociedade vem a muito anestesiada pela sucessão de crimes e falcatruas que acontecem neste país. Apenas desperta quando a mídia a bombardeia com dias seguidos de exposição de um caso. A população brasileira não tem poder de mobilização, é notório. Daí a tranqüilidade do presidente em culpar administrações passadas pelo caos do país, esquecendo-se que o primeiro mandato dele já faz parte desse passado.

Que se abram discussões com seriedade, que permaneçam em evidência até que soluções satisfatórias sejam encontradas e colocadas em prática. Que haja a mesma agilidade que há na discussão de aumentos salariais para os parlamentares e na expedição de habeas-corpus para réus confessos. Enfim, como nos é exigido em qualquer trabalho, queremos resultados.

Fontes de apoio: Jornal de Debates - Marcelo Salles e Henrique Abel