13 março 2008

Pentágono admite que não existiam laços entre Saddam e al-Qaeda

A suposta ligação foi o argumento usado por George W. Bush para invadir o Iraque.

Os militares limitaram a distribuição do estudo, disponível apenas por encomenda.

Um amplo estudo do Pentágono, publicado com extrema discrição, confirmou a inexistência de vínculos diretos entre o ex-ditador iraquiano Saddam Hussein e a rede al-Qaeda, pretexto que foi utilizado pelo presidente George W. Bush para justificar a invasão ao Iraque.

Os militares americanos limitaram a distribuição desse estudo, disponível apenas por encomenda e enviado pelo correio, ao invés de divulgá-lo na internet.

Cinco anos depois do início da guerra no Iraque, o relatório, baseado na análise de 600 mil documentos oficiais iraquianos e milhares de horas de interrogatórios de ex-colaboradores do ex-governante iraquiano, "não encontrou qualquer conexão direta no Iraque entre Saddam e al-Qaeda."

Outros informes, dirigidos pela comissão investigadora dos ataques de 11 de setembro de 2001 ou pelos serviços do inspetor-geral do Pentágono em 2007, haviam chegado à mesma conclusão, mas nenhum dos estudos anteriores havia tido acesso a tantas informações.

Segundo um resumo do novo estudo do Pentágono, que pode ser lido num link no site do canal ABC, Saddam Hussein apoiava grupos terroristas e o terrorismo de estado havia se tornado uma rotina útil para manter seu poder, mas "os alvos privilegiados deste terror de Estado eram os cidadãos iraquianos."

Fontes: AFP / G1

Um breve comentário:

Junte-se esta notícia aos seguintes fatos: o Iraque não fabricava armas químicas como alegava os EUA e a execução sumária de Saddam Hussein, além, é claro, da destruição do Iraque - com a consequente morte de milhares de civis iraquianos e, também, de soldados americanos e de países aliados, teríamos elementos suficientes para que o Tribunal Internacional de Haia (Tribunal Internacional de Justiça ou Corte Internacional de Justiça) levasse à julgamento George W. Bush e seu séquito de vendedores de armas e negociantes de petróleo. Lamentavelmente sabemos que nada disso acontecerá.

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