As novas planilhas do dossiê sobre gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, às quais a Folha teve acesso, possuem subpastas específicas para ex-ministros e fazem referência à tapioca comprada na gestão tucana.
A tapioca está no centro simbólico do escândalo dos gastos dos ministros do governo Lula com cartões corporativos. Na Casa Civil, foi encontrado caso semelhante. Assim como o ministro Orlando Silva (Esporte) gastou R$ 8,30 no cartão numa tapiocaria de Brasília, há no dossiê lançamento de R$ 16, em 9 de maio de 2000, referente à aquisição de pacote de tapioca pelo ecônomo José Ivo de Souza Barbosa.
Há também planilhas individuais para a ex-primeira-dama, identificada só como Ruth, para três ministros do governo passado -Clóvis Carvalho (Casa Civil e Desenvolvimento), Eduardo Jorge (Secretaria Geral) e Arthur Virgílio (Secretaria Geral)- e uma última para a ex-chef do Palácio da Alvorada Roberta Sudbrack.
Do total de 532 lançamentos de despesas, há 230 só com alimentação, a grande maioria de produtos finos, como azeites, café e outros artigos importados. Há 68 lançamentos para bebidas, muitos dos quais vinhos também importados.
Há registros como 24 garrafas de vinho importado comprado na Maison du Vin por R$ 2.144. Numa outra compra de vinho foram gastos R$ 4.825. Há também 1,6 quilo de patê de foie gras importado da França (R$ 185,60), dez charutos, um cortador de charutos e uma caixa de fósforos (R$ 168,90), R$ 1.321 com frutos do mar, além de bacalhau (R$ 505,79) e compras no mercado La Palma, um dos mais caros de Brasília.
Numa coluna de observações há registros como "carnes finas", "champanhe", "vinho do Porto", o que indica que as notas referentes às compras também foram consultadas. Ou seja, preocupação maior do que simplesmente informar as despesas de forma burocrática.
Há também muitos gastos com locação de veículos, roupas e acessórios de vestuário e despesas pouco usuais, como artigos natalinos (uma de R$ 1.008 e outra de R$ 83) "para ser usada no local onde se hospedou o sr. presidente no RJ".
Há também compra de objetos como toucas de banho, óculos de natação e muitos artigos de higiene pessoal, como xampu, sabonetes e barbeadores.
A ex-ministra Matilde Ribeiro (Igualdade Racial) foi convidada a pedir demissão após ter vindo a público uma série gastos feitos por ela no cartão corporativo da Presidência que foram considerados irregulares, como uma compra no free shop no valor de R$ 461,16. Ela também não justificou gastos de R$ 22,4 mil, segundo conclusão de uma auditoria da CGU (Controladoria Geral da União).
A maior parte dos gastos de Matilde, assim como os referentes à ex-primeira-dama Ruth Cardoso, foram com locação de veículos. Orlando Silva não chegou a deixar o cargo, mas devolveu por sua própria conta R$ 30 mil até que seus gastos sejam auditados.
No primeiro trimestre deste ano, foram noticiados pela imprensa vários gastos da Presidência com carnes nobres, vinhos e outras bebidas num padrão semelhante aos dados do dossiê referente ao período FHC. Assim como no relatório de 13 páginas revelado anteriormente, as demais planilhas do dossiê não têm uma seqüência de datas ou de padrão.
LEONARDO SOUZA E MARTA SALOMON
A tapioca está no centro simbólico do escândalo dos gastos dos ministros do governo Lula com cartões corporativos. Na Casa Civil, foi encontrado caso semelhante. Assim como o ministro Orlando Silva (Esporte) gastou R$ 8,30 no cartão numa tapiocaria de Brasília, há no dossiê lançamento de R$ 16, em 9 de maio de 2000, referente à aquisição de pacote de tapioca pelo ecônomo José Ivo de Souza Barbosa.
Há também planilhas individuais para a ex-primeira-dama, identificada só como Ruth, para três ministros do governo passado -Clóvis Carvalho (Casa Civil e Desenvolvimento), Eduardo Jorge (Secretaria Geral) e Arthur Virgílio (Secretaria Geral)- e uma última para a ex-chef do Palácio da Alvorada Roberta Sudbrack.
Do total de 532 lançamentos de despesas, há 230 só com alimentação, a grande maioria de produtos finos, como azeites, café e outros artigos importados. Há 68 lançamentos para bebidas, muitos dos quais vinhos também importados.
Há registros como 24 garrafas de vinho importado comprado na Maison du Vin por R$ 2.144. Numa outra compra de vinho foram gastos R$ 4.825. Há também 1,6 quilo de patê de foie gras importado da França (R$ 185,60), dez charutos, um cortador de charutos e uma caixa de fósforos (R$ 168,90), R$ 1.321 com frutos do mar, além de bacalhau (R$ 505,79) e compras no mercado La Palma, um dos mais caros de Brasília.
Numa coluna de observações há registros como "carnes finas", "champanhe", "vinho do Porto", o que indica que as notas referentes às compras também foram consultadas. Ou seja, preocupação maior do que simplesmente informar as despesas de forma burocrática.
Há também muitos gastos com locação de veículos, roupas e acessórios de vestuário e despesas pouco usuais, como artigos natalinos (uma de R$ 1.008 e outra de R$ 83) "para ser usada no local onde se hospedou o sr. presidente no RJ".
Há também compra de objetos como toucas de banho, óculos de natação e muitos artigos de higiene pessoal, como xampu, sabonetes e barbeadores.
A ex-ministra Matilde Ribeiro (Igualdade Racial) foi convidada a pedir demissão após ter vindo a público uma série gastos feitos por ela no cartão corporativo da Presidência que foram considerados irregulares, como uma compra no free shop no valor de R$ 461,16. Ela também não justificou gastos de R$ 22,4 mil, segundo conclusão de uma auditoria da CGU (Controladoria Geral da União).
A maior parte dos gastos de Matilde, assim como os referentes à ex-primeira-dama Ruth Cardoso, foram com locação de veículos. Orlando Silva não chegou a deixar o cargo, mas devolveu por sua própria conta R$ 30 mil até que seus gastos sejam auditados.
No primeiro trimestre deste ano, foram noticiados pela imprensa vários gastos da Presidência com carnes nobres, vinhos e outras bebidas num padrão semelhante aos dados do dossiê referente ao período FHC. Assim como no relatório de 13 páginas revelado anteriormente, as demais planilhas do dossiê não têm uma seqüência de datas ou de padrão.
LEONARDO SOUZA E MARTA SALOMON
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