21 setembro 2006

Sobre Hermano de Deus Nobre Alves e o MLST

Recebi nesta madrugada um e-mail da filha do Sr. Hermano de Deus Nobre Alves contestando o comentário que fiz no artigo intitulado "ABSURDO!". Em tom desrespeitoso e escrito de maneira a ser distribuído genericamente a vários órgãos de imprensa ("... exijo que este jornal se redima desta difamação.") não desmente a ligação do pai com o MLST. O principal lider do MLTS envolvido no "quebra-quebra" na Câmara dos Deputados foi o Sr. Bruno Maranhão.
Em respeito ao passado de combativo deputado e jornalista transcrevo a passagem de sua cassação que gerou a indenização tema do artigo.

"A gota d'água para a promulgação do AI-5 foi o pronunciamento do deputado Márcio Moreira Alves, do MDB, na Câmara, nos dias 2 e 3 de setembro, lançando um apelo para que o povo não participasse dos desfiles militares do 7 de Setembro e para que as moças, 'ardentes de liberdade', se recusassem a sair com oficiais. Na mesma ocasião outro deputado do MDB, Hermano Alves, escreveu uma série de artigos no Correio da Manhã considerados provocações. O ministro do Exército, Costa e Silva, atendendo ao apelo de seus colegas militares e do Conselho de Segurança Nacional, declarou que esses pronunciamentos eram 'ofensas e provocações irresponsáveis e intoleráveis'. O governo solicitou então ao Congresso a cassação dos dois deputados. Seguiram-se dias tensos no cenário político, entrecortados pela visita da rainha da Inglaterra ao Brasil, e no dia 12 de dezembro a Câmara recusou, por uma diferença de 75 votos (e com a colaboração da própria Arena), o pedido de licença para processar Márcio Moreira Alves. No dia seguinte foi baixado o AI-5 [e] foi decretado o recesso do Congresso Nacional por tempo indeterminado - só em outubro de 1969 o Congresso seria reaberto, para referendar a escolha do general Emílio Garrastazu Médici para a Presidência da República. Ao fim do mês de dezembro de 1968, 11 deputados federais foram cassados, entre eles Márcio Moreira Alves e Hermano Alves."
Fonte: Fundação Getúlio Vargas

Minha indignação refere-se aos altos valores pagos aos anistiados políticos. São justos? Talvez sim. Mas porque apenas para eles? Vejam o caso do acidente com o vôo 402 da TAM ocorrido em São Paulo em 31/10/1996. Após anos de disputas judiciais algumas viúvas e alguns poucos moradores da região atingida pelo avião receberam valores irrisórios diante de suas perdas. Vários ainda não viram a cor do dinheiro, isso prestes a completar dez anos do acidente.

2 comentários:

  1. Anônimo7:19 PM

    Haveria alguma evidência qualquer de que esse Hermano de Deus teria qualquer ligação com o MLST?

    Só encontro essa associação em postagens na internet relacionadas a essa indignação da indenização e da mesada, mas nada desassociado disso, algo como uma notícia a parte, do MLST, citando essa pessoa.

    Pior é que, mesmo que seja uma fraude, não dá para saber quem são os autores, pode ter a origem menos óbvia, com a intenção de fazer parecer que a fraude foi inventada pelos que fisgaram a isca; mais claramente, pode ser estratégia PTista inventar fraudes contra o PT, porque o mais óbvio seria que são inventadas por PSDBistas, e quando são descobertas (por serem até bem bobas, como essa, pelo que parece, e a do Lula com número 45 no santinho), quem acaba tendo a imagem manchada são eleitores do PSDB ou o próprio partido..

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    1. Segundo pesquisas realizadas pelos autores do livro 1964-O Elo Perdido, feitas em fontes primárias da antiga agência de inteligência Tchecoslovaca hoje aberta ao público, a STB (braço tcheco da KGB), o senhor Hermano agiu como agente infiltrado fornecendo informações que foram enviadas diretamente à KGB. Caso isso ocorresse pelo lado contrário, qual destino que acreditam que caberia a esse jornalista? Indenização ou paredão?

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