05 dezembro 2007

O Congresso ladeira abaixo


O senador Renan Calheiros arrancou do plenário do Senado a segunda absolvição da acusação de quebra do decoro parlamentar. Foram 48 votos pela absolvição, 29 a favor da cassação e quatro abstenções.

O placar foi, dessa vez, ainda mais generoso do que o que fora registrado em 12 de setembro, dia em que o senador escalou o cadafalso pela primeira: 35 votos pela cassação, 40 pela absolvição e seis abstenções.

Cumpriu-se, assim, o roteiro do acordo celebrado nos subterrâneos entre Renan e o governo. O placar elástico indica que o senador obteve votos também de senadores dos oposicionistas PSDB e DEM. Mas foram os votos do PMDB e do PT que asseguraram o perdão concedido ao senador.

Imagem do Congresso

A insistência com que o Congresso freqüenta o noticiário como uma instituição em que o retrocesso prevalece sobre o progresso, tem o seu preço. Pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira (4) informa que 45% dos eleitores consideram o Legislativo brasileiro ruim ou péssimo. Só 13% avaliam o trabalho de deputados e senadores como ótimo ou bom.

Em março de 2007, o mesmo Datafolha trouxera à luz pesquisa em que o naco da população que avaliava o Congresso como ruim ou péssimo era de 30%. A menção negativa escalou 15 pontos percentuais num período que coincide com a descoberta das estripulias do senador Renan Calheiros.

No curto intervalo de dez meses, o percentual dos que consideram o Congresso regular despencou de 46% para 37%. E o índice dos que vêem o Parlamento como ótimo ou bom caiu de 16% para 13%. Nesta terça-feira, às 15h, o plenário do Senado reúne-se para julgar, pela segunda vez, o presidente licenciado da Casa.

Fonte e imagem: Folha de S.Paulo

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